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Na correria do dia a dia economizar tempo é o que todos querem. A praticidade é muito bem-vinda no vocabulário dessa geração do imediato e da rapidez. Um dos ambientes em que é perceptível essa realidade é na internet. Seja para pesquisar, divertir-se, relacionar-se, comprar, conhecer novas culturas ou até mesmo estudar, a internet vem sendo a saída e opção para grande parte das necessidades das pessoas. Afinal, segundo dados de setembro de 2012 do Ibope NetRatings, já são 83,4 milhões de brasileiros internautas. O on-line vem ultrapassando barreiras em várias áreas, inclusive na educação, em que aprender um novo idioma é possível. Mas será que o resultado de aulas à distância é tão satisfatório quanto o método tradicional, ou seja, presencialmente?

Atualmente, aprender uma segunda língua não é mais vantagem e sim necessidade. Para isso, não limitados apenas às escolas tradicionais, existem métodos que atendem a todos os tipos e gostos. Um que vem se destacando é o ensino à distância. Já existem diversos sites que oferecem aulas de idiomas variados.

A estudante de Tecnologia em Radiologia Luana Donomai estuda mandarim à distância há seis meses. Sua escolha foi baseada na importância que essa língua tem nos dias de hoje. Entretanto, optou por esse método por ser de graça e por não conhecer escolas que ensinem mandarim. Já o analista de suporte Jônatas Nóbrega escolheu fazer inglês à distância devido à praticidade. Indicado por um amigo que encontrou o anúncio das aulas pelo Facebook, ele se interessou pela metodologia oferecida pelo site, pagou um módulo e fez as aulas durante seis meses.

Prós e contras

A forma como os conteúdos são expostos e as diferentes opções que o site proporciona atraem novos alunos para esse tipo de ensino. “A vantagem que salta aos olhos primeiro é a flexibilidade de local e horário”, revela Ana Bergamini, editora do site www.inglesonline.com.br. Segundo ela, ao mesmo tempo em que esse fator é uma vantagem, pode se tornar algo negativo, pois exige mais comprometimento e disciplina do aluno, que tem mais risco de esquecer-se durante dias ou semanas o curso on-line.

Muitas vezes, os motivos pessoais podem convencer mais que o próprio método, e assim fazer com que a pessoa opte por um ensino à distância. De acordo com Analigia Martins, gerente de Marketing da escola on-line EF Englishtown, devido à agitação, sem muito tempo para estudar, muitas pessoas escolhem o curso pela internet. Mas não para por aí: “Muitos de nossos alunos também não gostariam de voltar para o banco da escola nesta altura da vida e acabam encontrando opções como a Englishtown que se encaixa em suas necessidades”, explica.

On-line versus off-line

Mesmo com essa nova maneira, há os que ainda apostam e optam pelo ensino tradicional. Entretanto, não descartam totalmente a forma on-line. Segundo Milton Torres, coordenador do curso de Tradutor e Intérprete do Centro Universitário Adventista de São Paulo, Unasp, é possível aprender uma nova língua à distância, porém, não é o melhor jeito. Para ele, a primeira opção para se ter um resultado positivo ao se falar outro idioma seria sair do país. A segunda melhor opção seria o ensino presencial. E como terceira opção ele coloca o ensino à distância. Apesar desse grau de importância, Milton acredita que esse método é ideal para pessoas específicas, por exemplo, as que têm baixa autoestima. Pois, segundo ele, o aluno com esse tipo de característica tem medo de errar e encarar o erro como uma rejeição por parte do professor. “O erro faz parte do aprendizado. Mas, talvez esse tipo de método traga mais segurança para a pessoa, já que estará em frente ao computador, sem nenhuma pessoa”, explica. Assim, ele acredita que o ensino à distância seja ideal para certos tipos de personalidade.

A diretora do Instituto de Línguas, Ariadne Costa, opina que o estudo de modo tradicional é interessante devido à presença do professor, o que permite tirar dúvidas a qualquer momento e adequa um melhor ritmo de aprendizado dependendo do aluno, o que não acontece à distância, já que existe uma forma pronta e única para aprender o conteúdo.

A aceitação por um ou pelo outro é dividida. Jônatas achou muito interessante a metodologia pela qual foi ensinado, em que se começa aprendendo o idioma pelo ouvir e ler e não pela gramática, como a maioria das escolas fazem. “Você não ensina gramática para uma criança que não sabe falar. A mesma coisa é com quem está aprendendo um novo idioma”, argumenta.

Experimentar os dois lados. Luana já fez isso. Aprendeu inglês numa escola tradicional e agora mandarim de forma on-line. Levando em consideração o site em que está aprendendo, ela acha que o mecanismo que avalia a pronúncia do aluno ainda é falho. Sem contar o esforço a mais que o aluno tem de ter, já que não existem professores ao seu lado para incentivar ou cobrar as tarefas.

O resultado

Independente do método escolhido, as circunstâncias e o esforço do aluno são fundamentais. Para Ana, o fato de o curso ser off-line ou on-line não determina a eficiência nos seus resultados, e sim através do material disponibilizado. “Sem fazer distinção entre os dois métodos, certos momentos eles não funcionam porque não promovem uma boa compreensão do material e nem orientam os alunos a como melhor utilizar o material disponível para acelerar a aquisição da língua”, opina. Ou seja, podem-se ter bons cursos nos dois ambientes.

Com cerca de 30 anos de experiência em salas de aula, com diversidade de culturas, Milton acredita que a cultura brasileira é mais lenta quanto ao aprendizado em comparação a outras culturas de destaque. Isso se deve ao fato de os brasileiros terem menos concentração e terem um nível de motivação menor que a de estrangeiros. É questão de postura. Devido a isso, conclui que o ensino à distância pode não ser tão eficiente quanto em outros lugares. “Digo isso sem querer ser preconceituoso. Não somos os melhores nesse aspecto, porém nos destacamos em outras áreas”, esclarece.

Tentando acompanhar a realidade da geração atual, Ariadne conta que o Instituto de Línguas fez parceria com um ensino à distância, o Rosetta Stone. Ela acredita que esta seja a forma ideal de se aprender uma nova língua: mesclando os dois métodos. Essa é a proposta da escola ao implantar o curso on-line.

A internet tem uma diversidade de conteúdos: tanto os úteis quanto os duvidosos. Porém, isso não afeta sua eficiência ou preferência do público. “Mesmo com os perigos da internet, nós estamos vivendo nessa era que chama atenção e onde as pessoas encontram mais prazer para fazer as coisas”, reconhece. Isso já foi percebido também pelas editoras dos livros, que agora oferecem séries de suportes para o professor, além de vídeos, joguinhos e todos os recursos multimídias. “As editoras estão entendendo que é necessário utilizar essa nova ferramenta também, não só a parte com o professor. Tudo isso enriquece para o aprendizado”, conclui.

 

Fonte: http://tobeguarany.com/internet_no_brasil.php
Imagem: Sunflowerey/Fotolia