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O uso de vídeos na educação não é mais novidade. Em salas de aula, presenciais ou virtuais, o recurso é cada vez mais frequente na rotina de estudantes e professores. Na educação a distância, na prática de salas de aula invertidas, na realização de projetos, apresentação de trabalhos e experiências, vídeos frequentemente estão presentes. Especialistas e educadores defendem o uso do recurso por ele permitir o estímulo visual, facilitando o aprendizado e as relações entre conteúdos, além de ser mais estimulante para quem o assiste.

“Mas ainda assim, esse é um aprendizado passivo. Sabemos por pesquisas já realizadas que os vídeos sozinhos não garantem um aprendizado profundo”, questiona Chris Walsh, CEO da Zaption, em entrevista ao Porvir. A startup que ele comanda foi a vencedora deste ano da LAUNCHedu, competição de novos negócios realizada durante no SXSWEdu, em Austin, nos Estados Unidos.

A proposta da plataforma é transformar vídeos em experiências ativas de aprendizagem. Através dela, é possível usar qualquer vídeo já existente no YouTube, Vimeo ou qualquer outro lugar, e adicionar a ele informações complementares. A ferramenta inclui uma barra lateral no vídeo onde podem ser incluídas informações em texto, imagens, quizz, o que forma os chamados “learning tours” (algo como excursões de aprendizagem, em português).

“Enquanto os estudantes assistem aos vídeos, é possível fazer perguntas e assim entender melhor o que eles estão entendendo e aprendendo com essas informações”, explica Walsh. “Essas interações dos alunos são armazenadas e compõem um banco de dados, individual e da classe, que pode ser utilizado pelos educadores tanto para acompanhar o aprendizado, quanto para modificar as instruções de acordo com as necessidades individuais ou do grupo”, completa.

O Analytics oferecido pelo Zaption rendeu à empresa outro prêmio, o de Mindful Data Award, promovido pelo Dila (Digital Innovation in Learning Awards). Segundo o executivo, o diferencial dos dados oferecidos pela plataforma é que eles são de fácil compreensão e oferecem para quem os lê um feedback imediato sobre a forma como os telespectadores interagem com o conteúdo e entendem os conceitos-chave de cada vídeo.

A plataforma é gratuita e por enquanto está disponível em inglês, espanhol, francês e hebraico, mas os planos para a versão em português não estão distantes. “Esperamos que esteja no ar até o início do próximo ano letivo. Mas mesmo antes disso é possível criar conteúdos em qualquer idioma”, aponta Walsh.

Todos os vídeos disponibilizados no Zaption podem ser utilizados e customizados, o que, segundo o executivo, estimula a troca de conteúdos e a adaptação deles para cada contexto. Walsh ressalta que muitos estudantes têm usado a ferramenta, criando seus próprios vídeos e fazendo quizes para colegas que os ajudam a estudar.

Desde seu lançamento, em 2013, a plataforma soma mais de 150 mil usuários, sendo 70% deles professores e alunos do ensino regular, 20% do ensino superior e o restante de empresas que realizam treinamentos corporativos.

 

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Fonte: http://porvir.org/
Imagem: RA Studio / Fotolia