Todo material didático traz consigo uma série de características da filosofia de mundo daqueles que o idealizaram. O manual do primeiro ano de Matemática realça algumas características do que considera ser uma visão cristã para o estudo dessa disciplina.
O primeiro motivo para o estudo da matemática é o fato de ela estar associada a inúmeros fenômenos naturais, permitindo assim constatar a existência de leis que governam o Universo e lhe outorgam harmonia. No estudo de leis, ideias e processos, a matemática pode revelar ao aluno os atributos criativos de Deus, em especial a Sua constância.
A matemática constitui uma ciência pura, que permite hipóteses e conjecturas a serem demonstradas como corretas ou incorretas. Também abre possibilidades de abordar temas que desafiam a prova e a refutação, como a infinita grandeza e a infinita pequenez. Esse equilíbrio atípico entre o inexplicável e o claramente evidente faz com que o aluno tenha um retrato do Deus no qual cremos – um Deus infinito e eterno. As regras e funções presentes no Universo são evidências de Sua existência.
Deus criou o ser humano e dotou-o de uma habilidade singular de pensar. Essa capacidade nos faz ser a mais notável criatura de Deus sobre a face da Terra. Não se pode fazer da matemática um estudo enciclopédico de fórmulas e regras, à custa da principal habilidade a ser desenvolvida por meio do estudo nessa área: a criatividade.
Desenvolver a confiança em Deus e a admiração por Seu poder criador de forma livre e criativa faz com que o estudo dessa ciência seja relevante numa perspectiva cristã de educação. Essa é a visão que norteia todos os fascículos de Matemática do Sistema Inter@tivo de Ensino.
Princípios metodológicos
Para os gregos, a Matemática era sinônimo de aprendizagem e conhecimento. Ironicamente, tem ocorrido o oposto em nossos dias. O ensino da Matemática tem se tornado um desafio cada vez maior.
Não existem fórmulas mágicas com as quais resolvem-se todos os problemas. Porém, pode-se refletir sobre três princípios ainda válidos para o amante do saber matemático do século XXI.
Desenvolver a arte de pensar
Infelizmente, a Matemática tem se tornado a disciplina das fórmulas e regras, em que a arte de pensar tem dado lugar à arte de fazer contas. Fazer cálculos pode ser bom, mas um computador é capaz de fazê-lo de forma mais rápida e eficiente do que as pessoas. Pensar é a habilidade que nos distingue, o que nos torna superiores a qualquer máquina.
Nas situações em que o aluno parece desinteressado com o “aprender a pensar”, é preciso que ele seja estimulado por meio de atividades desafiadoras. Por isso, o material deve abranger essas questões.
Os fascículos de Matemática buscam, em suas páginas, fazer do desafio uma constante. Contudo, como os alunos são diferentes e têm experiências e habilidades distintas, é preciso apresentar desafios em níveis variados. Dessa forma, os professores terão em mãos ferramentas suficientes para estimular cada aluno a uma busca pelo aprimoramento da sua capacidade de pensar.
Enfatizar o conhecimento prático
Para aplicar o conhecimento matemático, é preciso criar situações reais. O pensamento advindo de reflexões práticas servirá como estímulo ao ensino–aprendizagem do conteúdo.
Nesse contexto, a primeira coisa que se destaca é o momento quando as aplicações são feitas. Com o receio de perder o rigor da exposição matemática, muitos professores preferem a exposição teórica precedendo as aplicações. Entretanto, quando isso ocorre, geralmente o aluno não consegue visualizar a teoria na prática.
Outro aspecto importante é o formato das aplicações práticas. Em muitos casos, o material faz uso de situações-problema restritas, direcionando a resposta para resultados previsíveis. Esse tipo de abordagem é útil, mas limita a criatividade dos alunos, tornando-os meros receptáculos. É interessante propiciar a oportunidade de investigação como mola propulsora da busca pelo conhecimento.
Sempre que possível, procure partir de situações práticas e desafiadoras, conduzindo ao aprofundamento do pensamento matemático. Os jovens são capazes de proezas quando se sentem estimulados e livres para produzir intelectualmente.
Propiciar interconexões
A Matemática possibilita um grande número de conexões com outras áreas do conhecimento e com suas diferentes linhas de estudo. Cabe ao professor proporcionar e estimular a descoberta dessas relações.
Sendo assim, busca-se, por meio do material, apresentar aplicações de diversas outras áreas do conhecimento, bem como as relações entre os diversos campos da Matemática.
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