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Uma das primeiras atividades humanas é a brincadeira. Jogos e brincadeiras são mediadores na relação com as coisas do mundo e, por meio deles, a criança aprende quase tudo o que vai precisar na vida adulta. Não importa o tipo de brincadeira nem o local, a alegria de brincar é semelhante em todo o mundo.

Jogos e brincadeiras são recursos necessários na construção da identidade, da autonomia infantil e das diferentes linguagens das crianças. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) diz o seguinte sobre esse assunto: “As brincadeiras de faz de conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro), jogos tradicionais, didáticos, corporais etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio da atividade lúdica”.

A palavra lúdico tem origem do latim ludus e quer dizer “jogos/brincadeiras”. O lúdico faz parte da atividade humana e caracteriza-se por ser espontâneo e funcional, não importando somente o resultado, mas a ação, o momento vivenciado, a partir do brinquedo, das brincadeiras ou dos jogos.

É através das atividades lúdicas que a criança pode conviver com os diferentes sentimentos que fazem parte da sua realidade. Ela irá aos poucos se conhecendo melhor, aceitando a existência dos outros e estabelecendo suas relações sociais.

Ao propor um jogo, além dos objetivos cognitivos a serem alcançados, espera-se que os alunos sejam capazes de:

  • Respeitar limites: desenvolver hábitos e atitudes, respeitar o outro, melhorar o comportamento social, trabalhar a competição como parte e não como essência do jogo (saber perder e ganhar);
  • Socializar: aprender a viver e conviver em sociedade, criando vínculos verdadeiros com os colegas, ampliando o sentimento de grupo, gerando um ambiente de colaboração e cooperação e promovendo relações de confiança entre todos os aprendentes;
  • Criar e explorar a criatividade: o jogo proporciona o desenvolvimento do pensamento criativo e do pensamento divergente, gerados pela criatividade. Desse modo, os alunos podem inovar e descobrir formas para se relacionarem com a aprendizagem;
  • Aprender a pesquisar (aprender a aprender): desenvolver nos aprendentes o gosto pela busca, pela iniciativa e pela tomada de decisões.

Como mencionamos, jogos na Educação Infantil são essenciais para o desenvolvimento do processo de ensino–aprendizagem. Porém, para estruturar o campo das brincadeiras na vida dos alunos nessa fase, é necessária a intervenção do adulto, na figura do professor, atuando como facilitador, como mediador, apresentando o verdadeiro significado da aprendizagem com desejo e prazer. O professor organiza sua base estrutural por meio da oferta de determinados objetos, brinquedos ou jogos; proporciona delimitação e arranjo dos espaços e do tempo para brincar.

É também por meio de brincadeiras e jogos que os professores podem observar e construir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma individualmente, registrando suas capacidades de uso das linguagens, capacidades sociais e recursos afetivos e emocionais.

No planejamento de uma atividade, o professor deve antes adequar o tipo de jogo ao seu público e ao conteúdo a ser trabalhado, para que os resultados sejam satisfatórios e os objetivos alcançados.

Faz-se necessário que o professor tenha sempre em mente a importância de inserir em seu planejamento principalmente jogos de construção, que proporcionam à criança a oportunidade de fazer ordenações sobre os objetos. Esses jogos são responsáveis por importantes e diferentes aquisições para o desenvolvimento intelectual e motor da criança, tais como classificação, seriação, equilíbrio, noções de quantidade, tamanho, peso, discriminação de cores e formas.

Existem no mercado jogos prontos que trabalham alguns desenvolvimentos mentais e psicomotores, porém é possível elaborá-los com materiais recicláveis. Veja um exemplo de jogo matemático.

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JOGO: ALIMENTANDO O AZEITONA

Tema: jogo matemático.
Objetivo: estabelecer aproximações com algumas noções matemáticas presentes no seu cotidiano.
Objetos do conhecimento: contagem, equivalência, relação numeral x quantidade, operações simples.

MATERIAIS

Para o tabuleiro (nome dado à cena-base do jogo: Azeitona, vasilha e ossos):

  • Molde ampliado do Azeitona, vasilha e ossos
  • 1 folha de E.V.A. nas cores laranja e branca
  • ½ folha de E.V.A. nas cores preta e marrom
  • ¼ folha de E.V.A. azul
  • Tinta de tecido ou tinta acrílica para sombrear (marrom e azul)
  • 1 pedaço de bucha/espuma
  • Tesoura
  • Caneta permanente preta para traçar os detalhes
  • Cola adesiva instantânea

Baixe o molde

Para o dado:

  • 1 caixa de suco longa vida quadrada.

Corte a caixa com 7,5 cm (essa é a medida da largura). Meça a caixa 7,5 centímetros de cima para baixo e corte; repita a operação de baixo para cima, de forma que fiquem dois quadrados de tamanhos iguais. Encaixe um no outro formando um cubo.

Em cinco faces cole ou escreva os numerais de 1 a 5, e na sexta face coloque um quadrado de 7,5 x 7,5 de E.V.A. branco.

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Como jogar

  1. Forme duas equipes de dois ou mais jogadores.
  2. Cada equipe escolherá uma cor de ossos (brancos ou marrons).
  3. A equipe lançará o dado e a quantidade indicada será o número de ossos que alimentarão o Azeitona.
  4. Se, ao lançar o dado, ele cair na face branca, a equipe deverá ficar uma jogada parada. Aproveite para trabalhar frustração, espera, controle da ansiedade, etc. Determine um tempo ou uma quantidade de jogadas para finalizar a partida. Cada equipe deverá contar quantos ossos colocou para o Azeitona.

Intervenção do professor

O Azeitona ganhou mais ossos brancos ou marrons? Quantos ossos a mais? Os jogos numéricos permitem às crianças utilizar números e suas representações, ampliar a contagem, estabelecer correspondências e operar. Os jogos com pistas ou tabuleiros numerados como o exemplo acima, em que se faz deslocamento de um objeto, permitem fazer correspondências, contar de um em um, de dois em dois, etc.

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Referências:
HAETINGEr, D.; HAETINGEr, Max Gunther. Jogos, recreação e lazer. 2. ed. Curitiba: IESD Brasil S.A., 2008.
BRASIL. Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, v. 3, 1998.
Fonte: Revista CPB Educacional – 1º semestre 2014.

Uma das primeiras atividades humanas é a brincadeira. Jogos e brincadeiras são mediadores na relação com as coisas do mundo e, por meio deles, a criança aprende quase tudo o que vai precisar na vida adulta. Não importa o tipo de brincadeira nem o local, a alegria de brincar é semelhante em todo o mundo.

Jogos e brincadeiras são recursos necessários na construção da identidade, da autonomia infantil e das diferentes linguagens das crianças. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) diz o seguinte sobre esse assunto: “As brincadeiras de faz de conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro), jogos tradicionais, didáticos, corporais etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio da atividade lúdica”.

A palavra lúdico tem origem do latim ludus e quer dizer “jogos/brincadeiras”. O lúdico faz parte da atividade humana e caracteriza-se por ser espontâneo e funcional, não importando somente o resultado, mas a ação, o momento vivenciado, a partir do brinquedo, das brincadeiras ou dos jogos.

É através das atividades lúdicas que a criança pode conviver com os diferentes sentimentos que fazem parte da sua realidade. Ela irá aos poucos se conhecendo melhor, aceitando a existência dos outros e estabelecendo suas relações sociais.

Ao propor um jogo, além dos objetivos cognitivos a serem alcançados, espera-se que os alunos sejam capazes de:

  • Respeitar limites: desenvolver hábitos e atitudes, respeitar o outro, melhorar o comportamento social, trabalhar a competição como parte e não como essência do jogo (saber perder e ganhar);
  • Socializar: aprender a viver e conviver em sociedade, criando vínculos verdadeiros com os colegas, ampliando o sentimento de grupo, gerando um ambiente de colaboração e cooperação e promovendo relações de confiança entre todos os aprendentes;
  • Criar e explorar a criatividade: o jogo proporciona o desenvolvimento do pensamento criativo e do pensamento divergente, gerados pela criatividade. Desse modo, os alunos podem inovar e descobrir formas para se relacionarem com a aprendizagem;
  • Aprender a pesquisar (aprender a aprender): desenvolver nos aprendentes o gosto pela busca, pela iniciativa e pela tomada de decisões.

Como mencionamos, jogos na Educação Infantil são essenciais para o desenvolvimento do processo de ensino–aprendizagem. Porém, para estruturar o campo das brincadeiras na vida dos alunos nessa fase, é necessária a intervenção do adulto, na figura do professor, atuando como facilitador, como mediador, apresentando o verdadeiro significado da aprendizagem com desejo e prazer. O professor organiza sua base estrutural por meio da oferta de determinados objetos, brinquedos ou jogos; proporciona delimitação e arranjo dos espaços e do tempo para brincar.

É também por meio de brincadeiras e jogos que os professores podem observar e construir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma individualmente, registrando suas capacidades de uso das linguagens, capacidades sociais e recursos afetivos e emocionais.

No planejamento de uma atividade, o professor deve antes adequar o tipo de jogo ao seu público e ao conteúdo a ser trabalhado, para que os resultados sejam satisfatórios e os objetivos alcançados.

Faz-se necessário que o professor tenha sempre em mente a importância de inserir em seu planejamento principalmente jogos de construção, que proporcionam à criança a oportunidade de fazer ordenações sobre os objetos. Esses jogos são responsáveis por importantes e diferentes aquisições para o desenvolvimento intelectual e motor da criança, tais como classificação, seriação, equilíbrio, noções de quantidade, tamanho, peso, discriminação de cores e formas.

Existem no mercado jogos prontos que trabalham alguns desenvolvimentos mentais e psicomotores, porém é possível elaborá-los com materiais recicláveis. Veja um exemplo de jogo matemático.

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JOGO: ALIMENTANDO O AZEITONA

Tema: jogo matemático.
Objetivo: estabelecer aproximações com algumas noções matemáticas presentes no seu cotidiano.
Objetos do conhecimento: contagem, equivalência, relação numeral x quantidade, operações simples.

MATERIAIS

Para o tabuleiro (nome dado à cena-base do jogo: Azeitona, vasilha e ossos):

  • Molde ampliado do Azeitona, vasilha e ossos
  • 1 folha de E.V.A. nas cores laranja e branca
  • ½ folha de E.V.A. nas cores preta e marrom
  • ¼ folha de E.V.A. azul
  • Tinta de tecido ou tinta acrílica para sombrear (marrom e azul)
  • 1 pedaço de bucha/espuma
  • Tesoura
  • Caneta permanente preta para traçar os detalhes
  • Cola adesiva instantânea

Baixe o molde

Para o dado:

  • 1 caixa de suco longa vida quadrada.

Corte a caixa com 7,5 cm (essa é a medida da largura). Meça a caixa 7,5 centímetros de cima para baixo e corte; repita a operação de baixo para cima, de forma que fiquem dois quadrados de tamanhos iguais. Encaixe um no outro formando um cubo.

Em cinco faces cole ou escreva os numerais de 1 a 5, e na sexta face coloque um quadrado de 7,5 x 7,5 de E.V.A. branco.

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Como jogar

  1. Forme duas equipes de dois ou mais jogadores.
  2. Cada equipe escolherá uma cor de ossos (brancos ou marrons).
  3. A equipe lançará o dado e a quantidade indicada será o número de ossos que alimentarão o Azeitona.
  4. Se, ao lançar o dado, ele cair na face branca, a equipe deverá ficar uma jogada parada. Aproveite para trabalhar frustração, espera, controle da ansiedade, etc. Determine um tempo ou uma quantidade de jogadas para finalizar a partida. Cada equipe deverá contar quantos ossos colocou para o Azeitona.

Intervenção do professor

O Azeitona ganhou mais ossos brancos ou marrons? Quantos ossos a mais? Os jogos numéricos permitem às crianças utilizar números e suas representações, ampliar a contagem, estabelecer correspondências e operar. Os jogos com pistas ou tabuleiros numerados como o exemplo acima, em que se faz deslocamento de um objeto, permitem fazer correspondências, contar de um em um, de dois em dois, etc.

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Referências:
HAETINGEr, D.; HAETINGEr, Max Gunther. Jogos, recreação e lazer. 2. ed. Curitiba: IESD Brasil S.A., 2008.
BRASIL. Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, v. 3, 1998.
Fonte: Revista CPB Educacional – 1º semestre 2014.