As escolas públicas e privadas iniciam o ano letivo e faço as seguintes reflexões: “A educação do nosso país está indo para o caminho certo?”. “De fato somos uma pátria educadora?”.
Outro dia, meu cunhado me contou que foi levar a sua filha na escola para o primeiro dia de aula e, ao final dela, ele perguntou o que ela tinha achado da nova professora. A filha que cursa o ensino infantil respondeu: “Eu até gostei dela pai, só que ela não me abraçou, aliás, não abraçou ninguém da sala”.
Já que comungo de uma gestão democrática, participativa, sei do fundamental papel do professor na vida de uma criança e do importante envolvimento de toda comunidade escolar, decidi acompanhá-la no dia seguinte. Fui à escola e comentei o ocorrido com a professora e, para minha surpresa, ela respondeu: “Sinto muito se sua sobrinha gosta de abraços, saiba que não sou paga para abraçar”.
Sei que os profissionais da educação precisam ser mais reconhecidos como autoridades em educação e mais valorizados financeiramente; eu sonho com um salário digno para esta profissão que forma todas as outras. Na verdade, o salário dos educadores não condiz em nada com o lema “pátria educadora”. Mas também sei que, se uma pessoa se dispõe a atuar numa profissão, deve fazê-lo por inteiro e em sua plenitude. Imagine um bombeiro que, ao ver um incêndio, decide não apagar o fogo simplesmente porque considera pequeno ou injusto o seu salário.
É preciso se conscientizar que, enquanto estiver atuando na profissão que escolheu, dê o seu melhor. Enquanto estiver em sala de aula, dê o máximo de si, não apenas na hora de preencher o quadro negro ou a lousa digital, mas também ofereça o seu melhor como ser humano.
Quem leu o livro do Gary Chapmam: “As 5 linguagens do amor”, sabe da vital importância do abraço para um percentual grande de crianças. Com este gesto, enchem seu tanque emocional através da linguagem denominada “contato físico”.
Aí eu me lembrei do que disse o psiquiatra chileno Claudio Naranjo, respeitado mundialmente pelos estudos na área educacional, em entrevista à revista Época: “O que mais falta na educação brasileira é AFETO”.
Adote a afetividade em suas práticas pedagógicas neste ano letivo que se inicia. Acredito que, sem afeto, o processo ensino-aprendizagem fica frágil e o resultado educacional comprometido. Eu creio que a didática do amor deve compor qualquer prática pedagógica.
Que 2016 possa ser o ano da afetividade nas relações dentro e fora das escolas.
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