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É extremamente cativante falar sobre o coordenador pedagógico, pois esse profissional, além de ser o elo entre a escola e a família, é um auxiliar nos assuntos relacionados à gestão, atuando principalmente como articulador de novas práticas educativas.

Dentro dessa perspectiva, cabe ao coordenador entender a importância de ser um formador. Para que tais práticas aconteçam, ele deve liderar a equipe docente com o objetivo de contribuir para a aprendizagem significativa dentro do ambiente escolar. Isso não significa ser um monitor constante das tarefas educacionais, mas sim propor encontros periódicos e sistematizados para que os objetivos sejam alcançados.

A tarefa de ser um agente formador nem sempre é fácil em meio à rotina escolar, porém, com foco, um plano próprio de ação, consciência e organização, esse passo pode se tornar real e promover resultados transformadores no cotidiano escolar.

O que fazer e como se tornar um coordenador formador?

Pode-se dizer que não existe uma receita pronta para que essa ação aconteça, pois no processo sempre existirão experiências positivas e negativas. Também não é recomendável haver uma padronização de métodos e técnicas na relação entre professores e alunos, pois diariamente se observam modificações na prática escolar.

O mais importante, porém, é identificar os desafios que a unidade escolar apresenta e estipular as metas a serem alcançadas. Nesse processo inovador/ formador, é necessário que o coordenador conheça e priorize:

  • a proposta pedagógica definida pela escola;
  • os desafios de cada nível de ensino dentro da sua esfera escolar, bem como suas respectivas necessidades didáticas;
  • um plano de ação coerente, que atribua sentido ao seu trabalho (dimensão ética) e lhe confira uma finalidade (dimensão política), sabendo que o mesmo acontecerá a longo prazo, deixando de focalizar apenas os problemas pontuais;
  • as experiências dos alunos, suas interações e aprendizagem como princípio norteador para a escolha do foco dos projetos que serão desenvolvidos na formação da equipe. A formação não pode estar baseada no desejo pessoal do coordenador por uma temática específica;
  • reuniões regulares, definidas, planejadas, organizadas e desafiadoras com a equipe docente, nas quais se desenvolva o hábito de conversar, indagar, trocar ideias, discutir, contextualizar e problematizar as práticas pedagógicas, pois o objetivo real é justamente qualificar as ações e as relações entre os docentes. Dessa forma, a participação dos professores não será “só a de frequentar as reuniões, mas de participar ativamente das atividades de formação” (LIBÂNEO, 2004, p. 230);
  • a avaliação coletiva e constante do trabalho desenvolvido, verificando se as inovações propostas geraram nova consciência, novas necessidades ou interrogações, o que tornará possível novas intervenções e as pretendidas mudanças.

Sabemos que ações inovadoras geram reações inesperadas. Porém, mesmo vivendo em um cenário desafiador, você, coordenador, será sempre um agente de mudanças, e à medida que modificar sua postura, sua realidade será, consequentemente, transformada. Vale a pena tentar!

 

 

Referências
CANÁRIO, R. Gestão da escola: como elaborar um plano de formação? In: Cadernos de organização e gestão curricular. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional, 1998.
LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed. Goiânia: Alternativa, 2004.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 2004.
Fonte: Revista CPB Educacional / 2º semestre 2015.
Imagem: Rawpixel / Fotolia