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À medida que os grandes centros de pesquisa se organizam, mais aparelhos precisam ser melhorados e até inventados. O resultado é uma crescente produção de aparatos e aparelhos tecnológicos que revolucionam a nossa vida. A partir dessa tecnologia, podemos manipular o extremamente pequeno, mesmo o DNA de seres microscópicos. Assim nasceu a BIOTECNOLOGIA.

A bioética é o conjunto de pesquisas e esforços pluridisciplinares que visam a solucionar as questões éticas despertadas pelos problemas ligados às biotecnologias. Entre as áreas agrupadas em seu estudo, estão: Psicologia, Biologia, Direito, Antropologia, Sociologia, Teologia e Filosofia.

 

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PERGUNTAS QUE DESPERTAM O INTERESSE EM SALA DE AULA:

Se for para salvar uma vida humana, vale o teste em animais?

Se for para aperfeiçoar uma técnica de cirurgia, vale o sacrifício de um ser?

Se for fazer a pesquisa, em qual desses animais você permitiria: porco, rato ou cão? Por quê?

Qual é o seu julgamento sobre o uso de animais nas pesquisas? Você é contra ou a favor?

Você acha que o tema bioética está restrito a pesquisas com seres vivos? Já ouviu falar de biopirataria?

Pesquise sobre o assunto e discuta com seus colegas.

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Usam-se técnicas de biotecnologia desde os tempos dos egípcios. Ao ingerir queijo, iogurte, pão, entre outras coisas, você está ingerindo produtos que sofreram a ação de um outro ser, ou seja, bactérias. E não para por aí, não! Xarope de milho (glucose), bolachas vitaminadas, vacinas, e mesmo seu jeans desbotado são produtos que foram “alterados” pela ação de outros seres.

Estamos acostumados a lidar com os efeitos da ação desses organismos sobre nossa dieta e em nossa vida. Veja só o exemplo de Fleming, que utilizou microrganismos na descoberta da penicilina. Esse, como outros, “esbarraram” nas ações desses seres e as usaram para benefício da humanidade.

A novidade é que agora não usamos apenas seus efeitos. Após mais de 40 anos de estudos em biologia molecular e com o avanço de tecnologias fantásticas, podemos conhecer o mecanismo de funcionamento em nível molecular. Podemos, inclusive, alterar a estrutura do DNA de seres vivos para que produzam algo de nosso interesse. É o caso dos organismos transgênicos. Você pode conhecê-los lendo o fascículo 4 de Biologia.

Recentemente, um grupo de manifestantes invadiu um grande laboratório de pesquisas em São Paulo por acreditar que os cães usados em estudos estivessem sendo maltratados. Muitos dos manifestantes apoiam que não se usem animais como cobaias para testes de medicamentos e outras manipulações genéticas. É aí que começa o perigo.

Os manifestantes salvaram todos os cães e deixaram vários ratos (cobaias) para trás. Ao ser perguntado por que isso ocorreu, um manifestante disse: “ratos são feios e nojentos!”

Na infância, recebemos bichos de pelúcia como: cachorro, gato, leão, macaco, etc. e nutrimos um amor por esses bichinhos. Com o passar do tempo, queremos nos livrar de baratas, aranhas, moscas, sapos, lagartixas, ratos, enfim, todos os bichos feios e nojentos. Mas eles são importantes.

Existe na natureza uma cadeia de eventos biológicos que nos une a esses seres. Chamamos as interações biológicas de ganho de energia de teia alimentar. Como uma corrente, ela nos liga,
de forma a manter o planeta estável. O desaparecimento de um grupo desses seres desestabilizaria esse ciclo e os prejuízos seriam inimagináveis. Se não houver sapos, as cobras invadem nossos lares. Se não houver insetos, morrem os pássaros; e por aí vai.

Esse caso é apenas um em um universo de acontecimentos que afetam o nosso cotidiano. Assim, foi instituída a BIOÉTICA como tema de análise das pesquisas que envolvem organismos vivos. Muitas são as questões que precisam ser discutidas agora: o uso de células-tronco de embriões em pesquisas, a clonagem de seres, enfim, n situações necessitam de um debate maduro e honesto sobre o fazer ciência. Mesmo dentro desses temas, existem procedimentos que precisam ser executados para garantir que um medicamento, esmalte, creme de mãos e pés, enfim, todos os produtos possam ser consumidos por nós.

 

Imagem: James Thew/Fotolia
Fonte: Revista CPB Educacional – 1º semestre 2014.